Pré-ocupação
Livro: Renovando Atitudes (FRANCISCO DO ESPÍRITO SANTO NETO)
“... Observai os pássaros do céu: eles não semeiam nem colhem...”
“... Observai como crescem
os lírios dos campos: eles não trabalham nem fiam...”
“... não estejais
inquietos pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. A
cada dia basta o seu mal.”
A estratégia da
preocupação é nos manter distantes do momento presente, imobilizando as
realizações do agora em função de coisas que poderão ou não acontecer.
Desperdiçamos, por conseqüência, tempo e
energias preciosas, obcecados com os eventos do porvir, sobre os quais não
temos qualquer tipo de comando, pois olvidamos que tudo que podemos e devemos
dirigir é somente nossas próprias vidas.
São realmente diversas as preocupações
sobre as quais não temos nenhum controle: a doença dos outros, a alegria dos
filhos, o amor das pessoas, o julgamento alheio sobre nós, a morte de familiares
e outras tantas. Podemos, porém, nos “pré-ocupar” o quanto quisermos com essas
questões, que não traremos a saúde, a felicidade, o amor, a consideração ou
mesmo o retorno à vida, porque todas elas são coisas que fogem às nossas
possibilidades.
Outra questão é quando passamos por
enormes desequilíbrios causados pelo desgaste emocional de nos ocuparmos antes
do tempo certo com coisas e pessoas, o que ocasiona insônias, decepções e
angústias pelo temor antecipado do que poderá vir a acontecer no amanhã.
Não
confundamos “pré-ocupação” com “previdência”, porque se preparar ou ser
precavido para realizar planos para dias vindouros é tino de bom senso e
lógica; mas prudência não é preocupação, porque enquanto uma é sensata e
moderada, a outra éirracional e tolhe o indivíduo, prejudicando-o nos seus
projetos e empreendimentos do hoje.
Nossa
educação social estimula o vício do “pensamento preocupante”, principalmente no
convívio familiar, onde teve início o fato de relacionarmos preocupação com
“dar proteção”.
Passamos
a nos comportar afirmando: “Lógico que eu me preocupo com você, eu o amo”,
“Você tem que se preocupar com seus pais”, “Quem tem filhos vive em constante
preocupação”.
Pensamos
que estamos defendendo e auxiliando os entes queridos, quando na verdade
estamos confinando-os e prejudicando-os por transmitir-lhes, às vezes, de modo
imperceptível, medo, insegurança e pensamentos catastróficos.
“Não
estejais inquietos pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si
mesmo.
A cada
dia basta seu mal”.
O Criador
provê suas criaturas como necessário, porqüanto seria impossível a Natureza
criar em nós uma necessidade sem nos dar meios para supri-la. “Vede os pássaros
do céu, vede os lírios dos campos”.
Além do
mais, pedia-nos que fizéssemos observações de como a vida se comporta e que
deixássemos de nos “pré-ocupar”, convidando-nos a olhar para nossa criação
divina que a todos acolhe.
O Mestre
queria dizer com essas afirmativas que tudo o que vemos tem ligação conosco e
com todas as partes do Universo e que somos, em realidade, participantes de uma
Natureza comum. As mesmas causas que cooperam para o benefício de uns cooperam
da mesma forma para o de outros. Quando há confiança, existe fé; e é essa fé
que abre o fluxo divino para a manutenção e prosperidade de nossa existência,
dando-nos juntamente a proteção que buscamos em todos os níveis de nossa vida.
Muito bom.
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